LOUCA E PERIGOSA. Acabei por ser considerada louca e perigosa e, um dia, cheguei mesmo a colocar fogo na casa. Queria matá-los a todos e morrer juntamente com eles! Quando deram conta do que se tinha passado, chamaram a polícia, levaram-me, amarraram-me a uma cama e era controlada por câmaras. Fiquei numa ala de psiquiatria intensiva, para pessoas consideradas loucas e perigosas. Da segunda vez que saí da psiquiatria, já o fiz com uma faca com a intenção de matar. Chamaram a polícia e fui expulsa de casa pelo tribunal, pois apresentava risco de vida para a minha família. Nessa altura, voltaram a levar-me para a psiquiatria e, durante quatro anos, fui acompanhada por uma psiquiatra, mas nada resolvia. Todos os meses mudavam-me a medicação, mas eu ficava cada vez pior! Também no meu trabalho, tudo corria mal. Pois, lembro-me de pegar numa faca para tentar matar o meu chefe. Tinha tomado toda a medicação para a depressão que tinha comigo e fiquei bloqueada, deitada no chão.Veio a ambulância e levaram-me novamente para o hospital… vivi assim durante 10 anos!
AJUDA NO DESESPERO. Tinha um ódio enorme da minha filha, pois o pai acarinhava-a a ela e não o fazia a mim. Então, o meu marido internou-me no hospital psiquiátrico e abandonou-me lá. Foi aí que tentei o suicídio! Estive três meses sem conseguir trabalhar, nem falar com os meus filhos. Foi nessa altura que falei com Deus. Ao regressar a casa, encontrei um convite do Centro de Ajuda e foi a última porta onde bati. Desde o primeiro dia, senti a mudança em mim. Hoje, sou muito feliz, casei novamente e sou completamente realizada.
Cristina Faria